Pinto Português fez o curso da Escola de Artes Decorativas António Arroio (1947-51) e frequentou a Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (1951-1957).
Em 1953 participou na VII Exposição Geral de Artes Plásticas, convidado por Júlio Pomar, e no ano seguinte foi incluído por José-Augusto França no I Salão de Arte Abstracta.
Ainda na ESBAL fundou e dirigiu com outros colegas a revista «Ver» (1953-1955) e foi um dos animadores da galeria Pórtico com Lourdes Castro, José Escada, Costa Pinheiro e Teresa de Sousa (1955-57). Aí e noutras exposições da época se afirmou uma nova geração de artistas que maioritariamente optaria pelo exílio, mas o impacto público das suas exposições ficou então assinalado pela reportagem de capa do «Século Ilustrado» (6 Abril 1957) intitulada «Os jovens pintores sem bênção».
Instala-se em Paris em 1958 e começa a publicar a revista "KWY", com Lourdes Castro. Juntam-se à revista, a partir de 1960, Jan Voss e Christo, e também José Escada, Costa Pinheiro, João Vieira e Gonçalo Duarte. Publicaram-se 12 números até 1963. O grupo KWY expõe em 1960-62, em Sarrebrucken, Lisboa, Paris e Bolonha.
Em 1961 realiza os primeiros desenhos e monotipias de acumulação e espalhamento de imagens, associando figuras reconhecíveis e "abstractas", que constituem uma contribuição original no contexto da "nova figuração" que então se afirmava. Uma dessas monotipias integrou no ano 2000 a exposição retrospectiva "Making Choices" (núcleo "Seeing Double"), que o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque dedicou ao período 1920-1960 com obras da sua colecção.
René Bértholo integrou diversas exposições colectivas que marcaram a década de 60, como «Mythologies Quotidiennes», em 1964, no Museu de Arte Moderna de Paris, embora tenha rejeitado a associação da sua pintura à então chamada "figuração narrativa".
A partir de 1966, constrói os primeiros objectos com movimento, os "modelos reduzidos", interrompendo no ano seguinte a pintura sobre tela (até 1974-75).
Em 1972-73, estadia de um ano em Berlim, convidado pela Deutscher Akademischer Austauschdienst, dedicando-se a estudos de electrónica aplicada à arte. Os projectos dos programadores electrónicos aleatórios usados nas suas esculturas móveis viria a ter consequências na invenção e na construção ("in progress") de uma "máquina de sons", com que René Bértholo veio a apresentar, publicamente só a partir de 1995, "deskoncertos de MOZIKA".
Ainda em 1972, por iniciativa do Centre National d¹Art Contemporain, realizou uma pintura mural numa parede de grande dimensão (40 x 20 metros), em Paris, na zona das Halles, Rue Dussoubs, a que se seguiram vários outros projectos de intervenção no espaço urbano, com esculturas em cerâmica e betão armado colorido, em França e, o último, em Portugal (Hospital do Barreiro, 1983).
Em 1981 regressa a Portugal e instala-se no Algarve.
O Museu de Serralves dedicou no ano 2000 uma retrospectiva à sua obra.
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